O grupo inteiro adorou Norwegian Wood, uma história de amor e amizade, na qual o personagem Watanabe se debate entre a vida (Midori) e a morte (Naoko).
Murakami nos proporcionou boa literatura, música e uma clara visão da cidade de Toquio dos anos 60. Ele, frequentemente ligado à literatura pop, fala da morte, da loucura, da tristeza e do sexo com naturalidade, conseguindo emocionar o leitor.
Norwegian Wood é também uma música dos Beatles:
O escritor foi dono de um bar de jazz em Toquio e o primeiro emprego dele foi numa loja de música como Watanabe.
Teria sido interessante conhecer mais detalhes da sociedade japonesa nessa época. Percebemos muita solidão e pouco contato familiar. No encontro, tentamos explicar a causa dos suicídios e da tristeza dos personagens. O sofrimento faz parte da vida. No entanto, na atualidade, buscamos fazer qualquer coisa para não enfrentar a dor.
Foram lidas muitas frases do livro. Transcrevemos a seguir algumas delas, também em espanhol para os amigos que estão lendo nessa língua:
"A morte não é o oposto da vida, mas uma de suas partes constituintes."
“La muerte no existe como contraposición a la vida sino como parte de ella”
Capítulo 3
"Era ao mesmo tempo dono de um espírito espantosamente nobre e de uma vulgaridade irremediável. Avançava otimista, liderando os outros, mas seu coração se embrenhava em um pântano da solidão. [...] Nagasawa vivia num inferno particular."
"Sentia como se algo em mim houvesse se desintegrado, e, sem nada para preenchê-lo, uma caverna se formara. Meu corpo estava curiosamente leve e os sons ecoavam nele."
Capítulo 5
"Talvez realmente não sejamos capazes de nos adaptar completamente à nossa deformidade."
“Tal vez somos incapaces de adaptarnos a nuestras deformaciones.”
Capítulo 6
"[...] ao contrário, as rugas acentuavam uma jovialidade que transcendia a idade. As rugas combinavam perfeitamente com seu rosto, parecendo estar lá desde seu nascimento. Quando ela sorria, as rugas também sorriam; ao ficar séria, as rugas também ficavam sérias. Quando seu rosto não estava nem alegre nem compenetrado, elas se espalhavam por todo seu semblante com ironia e ardor."
[...] “las arrugas, lejos de envejecerla, le conferían una juventud que trascendía la edad. Formaban parte de su rostro como si ya hubiese nacido con ellas. Cuando sonreía, las arrugas sonreían; cuando ponía cara seria, las arrugas ponían cara seria. Y cuando no sonreía, ni ponía cara seria las arrugas se esparcían por todo su rostro, irónicas y cálidas.”
Capítulo 10 (Carta de Reiko a Nagasawa)
"Se estamos no escuro, o jeito é passar algum tempo parados, até nossos olhos se acostumarem à escuridão."
“People are strange when you´re a stranger” (Jim Morrison)
O clube de leitura é motivo de felicidade e de satisfação pessoal.
Obrigada a todos pelo carinho e intercâmbio nos encontros e no blog.
Um abraço,