segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Agosto de 2010 - Alan Pauls

ALAN PAULS


“Alan Pauls é um grande romancista porque possui uma
capacidade extraordinária para construir personagens. [...]
Mas Alan Pauls não seria o escritor que é se só se limitasse à arte
—em extinção— de criar grandes personagens:
o outro elemento inconfundível de sua obra é a capacidade
(também em extinção, totalmente arrasada pela prosa jornalística)
de narrar com estilo. [...]
Pauls trabalha com grandes blocos narrativos
(blocos de sentimentos, digamos) e com eles
constrói complexos mundos narrativos, tão fluidos —e tao inesquecíveis—
que parecem feitos com a matéria de nossos próprios sonhos.”
Ricardo Piglia.

“Alan Pauls es un gran novelista porque posee
una capacidad extraordinaria para construir personajes. [...]
Pero Alan Pauls no sería el escritor que es si solo se limitase al arte
—en extinción— de crear grandes personajes:
el otro elemento inconfundible de su obra es la capacidad
(también en extinción, totalmente arrasada por la prosa periodística)
de narrar con estilo. [...]
Pauls trabaja con grandes bloques narrativos,
 tan fluidos —y tan inolvidables—
que parecen hechos con la materia de nuestros propios sueños.”
Ricardo Piglia

Wasabi
e
História do pranto
Historia del llanto
Encontro do 1/09. Faltam Myriam e Eliane na foto. 

História do Pranto conta a história de vida de um menino fortemente influenciada pelo contexto político e social da Argentina durante as décadas 60 e 70.
Escrito com ironia e muita inteligência, o romance fala sobre os "Montoneros",
a juventude "peronista", a solidão e o pranto.
O livro está carregado de orações muito longas que levam o leitor a refletir.
Muitos, no encontro, expressaram que a leitura foi complexa e pesada.
Gostamos bastante do desenlace, que nos fez lembrar as ditaduras militares
da Argentina e do Brasil.
Os leitores argentinos do grupo se divertiram com as descrições do cantor de protesto, Piero.


Historia del Llanto cuenta la vida de un niño fuertemente influenciada por el contexto político y social de la Argentina durante las décadas del 60 y el 70.
Narrada con ironía y gran inteligencia, la novela habla de los Montoneros, de la Juventud Peronista, de la soledad y del llanto.
El libro está cargado de oraciones extensas con acotaciones que nos dejan reflexionado. Muchos opinaron que la lectura les resultó complicada y por momentos densa.
Nos gustó el desenlace que nos dejó recordando las dictaduras militares
de la Argentina y de Brasil.
Los argentinos del Club de Lectura nos divertimos con las descripciones
del cantautor de protesta, Piero.

Algunas frases:
“[...], o pranto é a prova, a obra-prima, o monumento, que ele alenta e celebra e protege como se fosse uma chama única, inestimável, que, caso se apague, jamais voltará a se acender.”
“[...], el llanto es la prueba, la obra maestra, el monumento que él alienta y celebra y protege como si fuera una llama única, inapreciable, que si se apaga no volverá a encenderse jamás.”

“Tudo o que não chora de um lado chora de outro.”
“Todo lo que no llora de un lado lo llora del otro.”

“[...], uniformes de padres, policiais militares, caixas de supermercado, alunos de escola. Desenham-nos para que eles signifiquem sem mal-entendidos, para que a mensagem que comunicam seja simples, direta, unívoca —mas isso não impede que para eles sejam sinônimo de duplicidade, isca, ceva de arapuca. Em todo uniformado não vê uma pessoa, mas duas, pelo menos duas e que se opõem, uma que promete segurança e outra que rouba e violenta a Mao armada, uma que vigia as fronteiras da pátria e outra que saqueia e extermina com distintivo no peito, uma que abençoa e reconforta e outra que se faz masturbar por coroinhas no confessionário, uma que sorri e opera a caixa registradora e outra que soma produtos que ninguém comprou, e dessas duas há uma a secreta, a que se oculta atrás do verde-oliva, da insígnia do grau, do cabeção sacerdotal, ate mesmo do lenço e do paletó de tweed e das botas de montaria do oligarca torturado, [...] que é a pessoa que ele teme, [...], quanto porque em algum momento mais cedo o mais tarde, esse duplo clandestino, ira vê-lo, reconhecê-lo, tocá-lo no ombro, e confiará a ele, só a ele, o que lhe arde no peito.
“[...], uniformes de curas, policías, militares, cajeras de supermercado, alumnos de escuela. Los diseñan para significar sin malentendidos, para que el mensaje que comunican sea simple, directo unívoco —no quita que para él sea sinónimo de duplicidad, señuelo, cebo de trampa. En todo uniformado no ve una persona sino dos, al menos dos y que se oponen, una que promete seguridad y otra que roba y viola a punta de pistola, una que vigila las fronteras de la patria y otra que saquea y extermina con la escarapela en el pecho, una que bendice y reconforta y otra que se hace pajear por monaguillos en el confesionario, una que sonríe y opera la caja registradora con profesionalismo y otra que suma productos que nadie ha comprado y, de esas dos hay una, la secreta, la que se agazapa detrás del verde oliva, la insignia de grado, el cuello sacerdotal, incluso el pañuelo y el saco de tweed del oligarca torturado, [...] que es la persona que el teme, [...], porque tarde o temprano ese doble clandestino lo verá, lo reconocerá, le tocará un hombro, le confiará a él, solo a él, lo que le arde en el pecho.”

Wasabi

Dos que leram Wasabi, a maioria adorou a história de amor.
Houve alguns que também se sentiram perdidos em algumas partes do livro e disseram ter sido  necessário reler os capítulos finais do livro.
Demos muita risada, ao relembrar os trechos que falavam sobre 
o caroço, o quisto sebáceo, o calo, a saliência óssea, o cabide, o esporão, a deformidade...
Mas aí, só quem leu realmente saberá do que se trata...


La mayoría de los que leímos Wasabi adoramos la historia de amor.
Hubo quienes se sintieron perdidos en algunas partes del libro y fue necesario releer los capítulos finales para hablar del desenlace.
Nos hemos divertido hablando del bulto, el quiste sebáceo, el callo, la saliente ósea, el perchero, el espolón, el “lazarillo de la Bachelarde”, la deformidad.

Algumas frases:
“Os sonhos, ainda que exilem aquele que dorme ou cavem sob os seus pés abismos profundos, sempre são quantidades determinadas de tempo, suplementos, vidas a mais que a vigília a aproveita transformando-as em energia ou em tema de conversa.”
“No eran sueños, porque los sueños, aunque destierren al que duerme o abran bajo sus pies pozos profundos, siempre son cantidades determinadas de tiempo, suplementos, vidas extras que la vigilia aprovecha transformándolas en energía o en temas de conversación.” (Cap. 1)


“É provável que isso seja o inferno: esse ar que sobrevive, intacto, ao desaparecimento de todas as coisas, e que envolve com uma esfera diáfana o espetáculo de um desmoronamento pessoal.”
"Es probable que eso sea el infierno: ese aire que sobrevive, intacto, a la desaparición de todas las cosas, y que envuelve como una esfera diáfana el espectáculo de un derrumbe personal.” (Cap. 4)


“Nada enlouquece tanto ao impaciente quanto a serenidade alheia, e não emergência no mundo capaz de reverter essa lei.”
"Nada enloquece tanto al impaciente como la serenidad ajena, y no hay emergencia en el mundo capaz de revertir esa ley.” (Cap 6)

10 comentários:

  1. Andrea,

    Adorei!
    Vou tentar participar do próximo encontro como observadora e quem sabe em outubro já participo ativamente!

    grd bjo,
    Pri Kaori

    ResponderExcluir
  2. Priscila,

    Que bom que gostou da ideia do Clube de Leitura.
    Esperamos você na próxima quarta-feira!

    Bj,
    Andréa

    ResponderExcluir
  3. Nosso Clube de Leitura27 de agosto de 2010 às 17:54

    Comentarios que recebemos sobre livros pelo email!

    Andréa,
    Parabéns pelo período de convivência e consolidação do
    Clube de Leitura! É mto bom sempre saber como estão indo pois
    fomento um desejo de participar que se concretizará dia desses!
    Se pudesse votar, pela trama e a condição que os livros ocupam,
    votaria em A sombra do vento... Ainda que A ilha sob o mar tenha
    sido uma bela história de construção do processo de libertação
    do próprio Haiti... por exemplo...
    Mtos abraços,
    Márcia.

    ResponderExcluir
  4. Nosso Clube de Leitura27 de agosto de 2010 às 17:57

    Mais comentarios:
    Bom Dia, Andréa!
    voce nem imagina quantas vezes já ouvi a musica Ilusão, consegui baixar com audio.
    não irei a este encontro, pois mergulhei direto no Italo clavino.
    posso propor um livro para votação de novembro, já propondo, "paixão segundo GH" da Clarice, não tenho certeza do titulo, mas é quase isso...
    mande beijos a todas,
    Marilia

    ResponderExcluir
  5. Nosso Clube de Leitura27 de agosto de 2010 às 18:01

    Mais sugestões:

    Oi pessoal, muito embora não esteja frequentando os encontros, recebo todas as sugestões e aproveito cada uma delas.
    Acabei de ler alguns livros maravilhosos e gostaria que voces os conhecesse:
    1- Castelo de Vidro
    2- Cavalos Partidos
    3- A Tenda Vermelha - Anita Diamant

    Fica a minha sugestão para uma próxima, acredito que todas vão gostar muito. Bjs.

    ResponderExcluir
  6. Gabriela,
    Excelente iniciativa! Te felicito por la publicación de tu libro. El blog está interesante. Voy a copiar y enviar para mi mailing pues por el horário no podría ir (estoy en el consultorio a esa hora, trabajando, pero es en el Ômega y quien sabe un día consigo).

    Te invito a que si todavía no conocés, vayas a los encuentros litero-musicales en La Casa de las Rosas y el Museo de Língua portuguesa, organizados por Chama poética, con gente de Poiesis, que se tornó referencia cultural en São Paulo, con encuentro de poetas, escritores, músicos. Es otro universo.

    El 19 de septiembre habrá un sarau en La Casa de las Rosas con el tema Vida: encanto, surpressa.... convocados por el poema de Almeida Prado que te copio para cuando tu blog reciba la primavera.
    Vida: encanto e surpresa...
    “Chi non sa far stupir, vada alla striglia”
    Marino Marini

    Quem não recebe o dia com surpresa,
    E não se encanta com o dom da vida,
    Não merece viver tanta beleza
    De que a Natureza é revestida.

    É preciso despir-se da aspereza
    De uma vida regrada e comedida
    Para ganhar um pouco de leveza
    E a altura que é sempre requerida.

    Maravilhar-se, com devido encanto,
    É chave do deslumbramento
    Que incita a alegria do espanto.

    Assim é que se tece o nosso canto
    Que vai da terra terra ao firmamento,
    E transforma em alegria o nosso pranto...
    Antônio Lázaro de Almeida Prado

    -È del poeta il fin, la maraviglia;

    ................................................

    chi non sa far stupir, vada alla striglia.

    Giambattista Marino

    “È dell’artista il fin la maraviglia: / chi non sa far stupir, vada alla striglia” [a maravilha é o fim do artista/ quem não sabe surpreender vá para a almofaça era a regra instituída por Giovanbattista Marino

    Tendré una pequeña participación con algunas músicas, entre ellas el poema musicado Gracias por tu vida,de Almeida Prado dedicado a Mercedes Sosa, musica de Natan Marques (ex músico de Elis Regina) y seguido cantaré Gracias a la vida de Violeta Parra.

    Saludos y espero saber cuando sea el lanzamiento de tu libro en SP.

    Te envio links interesantes para amantes de la literatura:
    http://www.poiesis.org.br/casadasrosas/index.php
    http://sarauchamapoetica.blogspot.com/
    http://osnauticos.blogspot.com/

    Blanca Musachi

    ResponderExcluir
  7. Hola Blanca:
    Muy lindo el poema!
    Muchas gracias por toda la información y links que nos pasaste.
    Hemos participado de algunas charlas en la Casa das Rosas que me parecieron muy interesantes. El museo de la lingua portuguesa es muy bueno también!
    Te esperamos en alguno de nuestos encuentros!
    Un abrazo, Gabriela =)

    ResponderExcluir
  8. Olá!
    Terminei de ler Historia do Pranto e vou pela metade de Wasabi.
    Copio-lhes um link de uma entrevista a Alan Pauls em espanhol:
    http://www.revistaenie.clarin.com/notas/2010/04/17/_-02182313.htm

    Estou desfrutando bastante de Wasabi. Já Historia do Pranto acho que é uma leitura um pouco mais pesada pelos anos 60 e 70 da Argentina, mas mesmo assim achei interessante como o autor fecha o romance e adorei algumas de suas reflexões e descrições.
    Gostei da forma de escrever dele!
    Um abraço!
    Gabriela

    ResponderExcluir
  9. Quando li "Wasabi", imediatamente me lembrei de um autor japonês que nunca li, mas que duas amigas minhas leem muitoe e elogiam demais, um tal Murakami, Haruki Murakami, segundo a Weekpedia, muito popular no Japão. Já pensaram em ler alguma obra dele? Fica a sugestão.

    ResponderExcluir
  10. Olá Ruth:
    Em abril do ano passado a gente leu de Haruki Murakami o romance: Norwegian Woods (ou Tokio Blues, como foi traduzido em outros países). Veja os comentários do encontro no seguinte link:
    http://nossoclubedeleitura.blogspot.com/2009_04_01_archive.html

    Pessoalmente gosto muito de Murakami! Recomendo também ler Minha querida Sputnik.
    Pensamos colocar ele junto a outros escritores japoneses em próximas votações.
    Um abraço e obrigada pela sugestão!
    Gabriela

    ResponderExcluir

Escriba su comentario, haga Click en NOME/URL (Nombre), detalle su nombre y gaha Click en PUBLICAR COMENTARIO.
Para deixar um comentário, após escrevê-lo, escolha a identidade NOME/URL, escreva seu nome e clique em PUBLICAR COMENTÁRIO.