quarta-feira, 1 de julho de 2009

Julho de 2009 - Gabriel García Márquez

VIVER PARA CONTAR


O grupo em ação!
Os encontros do clube sempre se abrem com a leitura de algum texto que tenha chamado nossa atenção.
Entre os dias 20 e 24 de julho a Andréa participou do 17° Cole, o maior e mais importante congresso sobre a leitura do país, na Unicamp. Dos homenageados do Congresso vieram as primeiras leituras do encontro:

...”A literatura é algo escrito, ligada ao verbo, mas é também um modo de "ver". Por isto, dizia Drummond, que quando ele morresse, morreria também um certo modo de "ver" o mundo. E os escritores são pessoas que através da palavra ensinam as pessoas a verem e reverem o mundo. Veja só: o mundo é um antes e um depois de Kafka. Ele nos ensinou a ver o mundo de outro jeito. Você não vê nunca mais o sertão da mesma maneira depois de ler Guimarães Rosa.”...


Affonso Romano de Sant´anna, Jornal da Unicamp, Julho 2009.


...”O papel da leitura é dar prazer, é divertir, é entreter, é provocar a cabeça, é questionar, é a partir da leitura compreender a realidade à nossa volta, saber em que mundo vivemos, qual é a nossa vida e em torno de nós, é conhecer o meio, as situações, as paixões, se embeber de emoções e sentimentos. O papel da leitura é nos obrigar a pensar, a refletir."

Ignácio de Loyola Brandão, Jornal da Unicamp, Julho 2009.



Leia a íntegra das entrevistas no link: http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/julho2009/ju435_pag05.php

Lemos também um trecho de um texto lembrado pela Eliane: http://www.rubemalves.com.br/escutatorio.htm
Escutatório
"... Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma. [...] Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade, no fundo somos os mais bonitos... [...]
No silêncio, abrem-se as portas de um mundo encantado que mora em nós.
Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.
Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto..."

Rubem Alves (O amor que acende a lua, São Paulo, 1999 p.65)



A Mariana, recém-chegada no clube, leu para nós o que havia escrito sobre o livro e a vida:

“Dentro da literatura a memória aparece como um tema recorrente.
Entendo assim que os romances construídos com base em recordações, seja do autor ou de personagens fictícios, ressaltam e mobilizam sentimentos.
No livro, García Márquez abre as portas da sua vida e nos permite olhar esses sentimentos no percurso da sua infância, juventude e princípio da maturidade.
As memórias são, assim, construções pessoais, absolutamente subjetivas, onde músicas, cheiros, sensações nos conduzem como caminhos para esse passado, talvez só inventado por nós, mas absolutamente real.
Daí, que entendo a primeira frase do livro:

“A vida não é a que a gente viveu,
e sim a que a gente recorda,
e como recorda para contá-la”.

Seria bom então que a nossa vida seja bastante importante como para não deixá-la passar em vão, nutri-la de experiências para no dia de amanhã ter um monte de lembranças que evocadas nos permitam dizer o que disse García Márquez:
Eu vivi para contar."




Impressionou a todos a quantidade de pessoas, com nomes e sobrenomes, que o autor cita no livro. Pensamos que pode ser uma expressão de agradecimento por parte dele ao lembrar de cada um que influenciou sua vida.

Adoramos a avó lunática e a importância da mãe na vida dele apesar de ter vivido a maior parte da infância longe dela.

Também foi interessante entender um pouco mais sobre a história da Colômbia, o que aconteceu nos dias 9 de abril de 1948 e 13 de junho de 1953, como foram surgindo as guerrilhas. Falamos sobre o povo colombiano e admiramos o espírito alegre de uma sociedade que adora cantar e dançar, indo além dos sofrimentos causados por tanta violência.
Gabriel García Márquez é um exemplo de inspiração para todos os que querem se converter em escritores, pela dedicação e força que mostrou para não se desviar de sua vocação.

Por tanta tenacidade e sacrifício, Gabo triunfa no mundo da literatura e do jornalismo, e será lembrado para sempre como um maravilhoso narrador.

Viver para Contar foi criticado no encontro por não mostrar uma visão da vida e do mundo como ocorre em Cem anos de Solidão ou O Amor nos tempos da Cólera, mas nos permitiu descobrir as origens da maioria dos fatos, lugares e personagens de todos seus livros.





Obrigada, Myriam, por tudo o que nos ensinou sobre sua linda Colômbia e seu ilustre conterrâneo!
Além de decorar o espaço com borboletas amarelas, símbolo do realismo mágico, também alegrou o ambiente com os vallenatos que Gabo diz cantar no livro.








A árvore genealógica de Gabriel García Márquez pode nos ajudar a identificar todos os personagens deste lindo romance de sua vida! Obrigada, Cecília, pelo desenho! Para poder ampliar ou imprimir a imagem, é só "clicar" 2 x sobre ela.




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Comentarios en español:


En Vivir para contarla, Gabriel García Márquez nos relata los primeros años de su vida hasta su  juventud. A lo largo de sus páginas, el lector descubrirá ecos de personajes e historias que han poblado sus inolvidables novelas como Cien años de soledad o El amor en los tiempos del cólera.

Adjuntamos un árbol genealógico, para entender mejor la composición de su gran familia.


Es llamativa la cantidad de personas con nombre y apellido que el autor enumera a lo largo de la novela. Interpretamos que puede ser una forma de agradecer a todos los que influenciaron en su vida.

Nos divertimos con las locuras de su abuela y conversamos sobre el amor, el respeto y la importancia de su madre, a pesar de haber vivido la mayor parte de su infancia lejos de ella.

Fue interesante entender la historia de Colombia, todo lo sucedido el 9 de abril de 1948 y el 13 de junio de 1953, cómo se fueron creando las guerrillas. Admiramos el espíritu alegre del pueblo colombiano, una sociedad víctima de la violencia que adora cantar y bailar.

Gabriel García Marquez es un ejemplo de inspiración para todos los que aspiran a convertirse en escritores, por la dedicación y fuerza de voluntad que tuvo para no desviarse de su vocación.

Nos encantó este libro!




Gabriel García Márquez, narrador, periodista y guionista cinematográfico, nació el 6 de marzo de 1928 en Aracataca, Colombia. Es considerado uno de los autores más significativos del siglo XX.
Obtuvo el Premio Nobel de Literatura en 1982. Su novela más reconocida internacionalmente es Cien años de soledad.
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Gabriel García Márquez nasceu em 6 de março de 1928, em Aracataca, na Colômbia. É um dos escritores mais significativos do século XX. Ganhou o prêmio Nobel de Literatura em 1982. Sua novela mais reconhecida internacionalmente é "Cem anos de solidão".

Vinculado ao realismo mágico e à complexa realidade político-social da América Latina, ele universaliza personagens e lugares, com um profundo conhecimento do homem.

Viver para contar é um livro de memórias, publicado em 2002, que pode ser considerado também um romance de sua própria vida, onde fatos se misturam com sonhos e ficção.

O seguinte link da tv Globo inclui entrevistas dadas por Gabriel García Márquez e um teste sobre a vida dele:
http://g1.globo.com/bomdiabrasil/0,,MUL1205343-16020,00-TESTE+SEUS+CONHECIMENTOS+SOBRE+GABRIEL+GARCIA+MARQUEZ.html


Boa diversão a todos!


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Nosso clube de leitura foi publicado no blog de Ginés Cutillas, um premiado escritor espanhol.

http://uneternoygracilbucle.es/gines/Gblog/?p=775

Obrigada por nos prestigiar, Ginés, e esperamos poder contar com seus contos traduzidos ao português em breve!

Para quem tiver interesse em conhecer o blog e ler seus contos (que são muito bons!) é só acessar: http://www.ginescutillas.com/





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Também saímos na 75° Edição da Revista Viva de Alphaville.

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Um abraço a todos,
Andréa e Gabriela