sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Setembro de 2012, JOSÉ LUÍS PEIXOTO

 
 
LIVRO / LIBRO





 
 
 
 
"Un libro más es un libro menos; un acercarse al último que espera en el ápice, ya perfecto."
Julio Cortázar, La otra orilla
 
 


Encontro N° 47 (25/09/2012)

José Luís Peixoto conta uma história de amor marcada fortemente pela presença de um livro. Um livro que uma mãe pousa nas mãos do filho, de 7 anos, antes de abandoná-lo.
Esse filho dá de presente o livro para a mulher que ama. Ela vive na companhia desse livro por décadas e fecha o círculo, já idosa, colocando-o nas mãos de seu próprio filho, curiosamente também chamado Livro.

O romance se desenvolve entre Portugal e a França, desde os anos 40 até a atualidade. Uns dos temas principais é a emigração portuguesa à França na década dos sessenta:

“Em 1990, viviam na França um total de 798.837 pessoas de origem portuguesa, 603.686 dos quais nascidos em Portugal e 195.151 nascidos na França.
Cada letra e espaço das páginas anteriores equivalem a quase duas pessoas de origem portuguesa a viverem na França em 1990. Cada batida no teclado, na barra de espaços. Estão a bater à porta do quarto.
Entrez, s´il vous plaît.
E a minha mãe. O Ilídio está ao seu lado.”
 
 
José Luís Peixoto cuenta una historia de amor marcada fuertemente por la presencia de un libro. Un libro que una madre posa en las manos del hijo de 7 años, antes de abandonarlo. Ese hijo le regala el libro a la mujer que ama. Ella vive acompañada por ese libro durante décadas y, cuando llega a la vejez, se lo da a su propio hijo,
curiosamente también llamado Libro.
La novela se desarrolla entre Portugal y Francia, desde los años cuarenta hasta la actualidad. Uno de los temas principales es la emigración portuguesa a Francia, durante la década del sesenta.
 
“En 1990 vivían en Francia un total de 798.837 personas de origen portugués, 603.686 de las cuales habían nacido en Portugal y 195.151 en Francia.
Cada letra y cada espacio de las páginas anteriores equivalen a casi dos personas de origen portugués viviendo en Francia en 1990. Cada pulsación de teclado, en la barra espaciadora. Están llamando a la puerta de la habitación.
Entrez, s´il vous plaît.
Es mi madre. Ilídio está a su lado.”


A narrativa de José Luís Peixoto é poética, musical.
O autor joga, por momentos, com a repetição das palavras:

“Era uma hora prateada. O fim da tarde atravessava o tempo e entrava pela porta aberta do quintal. O fim da tarde atravessava o vento. Ouvia-se o restolhar das folhas das árvores, ao longe, mas ouviam-se também as asas dos pombos a riscarem o ar, gemidos cortados, mas ouvia-se também o lume a arder, as chamas a fazerem estalar o madeiro, mas ouvia-se também a água.”
 
Conversamos sobre alguns acontecimentos espetaculares que nos surpreenderam do romance, situações que chamaram nossa atenção e que ficam desconexas da trama.
Por exemplo: Quando a mulher com garras e dentes afiados quer morder o Ilídio, no meio da emigração, e ele se defende enfiando um pombo na boca dela; ou o atropelamento da velha portuguesa por parte do Livro em Paris; ou o corpo morto e desarticulado que Ilídio e Cosme acham numa mala, etc.

Enquanto alguns leitores acharam desnecessária a inclusão desse tipo de fatos no livro, outros se divertiram muito com eles.
 


La narrativa de José Luís Peixoto es poética, musical.
Por momentos, el autor juega con la repetición de palabras:

“Era una hora plateada. El final de la tarde atravesaba el tiempo y entraba por la puerta abierta del patio. El final de la tarde atravesaba el viento. Se oía el crujido de las hojas de los árboles, a lo lejos, pero también se oían las alas de la palomas rasgando el aire, gemidos cortados, pero también se oía el fuego ardiendo, las llamas
haciendo estallar el madero, pero también se oía el agua.”
 
Conversamos sobre algunos acontecimientos espectaculares que nos sorprendieron  de la novela, situaciones que llamam la atención y que quedan desconectadas de la trama. Por ejemplo: Cuando la  mujer con garras y dientes afilados, en plena emigración, quiere morder a Ilídio y él se defiende metiéndole una paloma en la boca; o el atropello de la vieja portuguesa por parte de Libro en Paris; o el cuerpo  descuartizado que Ilídio y Cosme encuentran en una valija, etc. 
Mientras algunos lectores hallaron innecesaria la inclusión de ese tipo de acontecimientos, otros se divirtieron mucho con ellos.



A segunda parte do romance, escrita em primeira pessoa pelo protagonista Livro, começa com uma lista de perguntas e continua convidando ao leitor a preencher com suas respostas os espaços em branco na página seguinte. Trata-se de um romance moderno e diferente que chama a atenção pelo jeito como está escrito.
O final, embora seja previsível, é emocionante.


Perguntamo-nos:

Que livros mudaram nossas vidas?
Qual é a importância de conhecer nossas raízes?


Falamos sobre o Livro e sua necessidade, sendo já um homem, de confirmar suas raízes. Também conversamos sobre a simbologia dos livros com a vida e da cumplicidade que existe entre o leitor e o escritor desde a primeira até a última palavra de um livro.

Livro é um romance lindo e interessante, escrito com muita originalidade.

La segunda parte de la novela, escrita en primera persona por el personaje Libro, comienza com uma lista de preguntas y continúa invitando al lector a completar con sus respuestas los espacios en blanco de la página siguiente. Es una novela moderna y diferente que llama la atención por cómo está escrita.
El final, a pesar de ser previsible, emociona.


Nos preguntamos:

¿Qué libros mudaron nuestras vidas?
¿Cuál es la importancia de conocer nuestras raíces?


Hablamos sobre Libro y de su contínua necesidad de confirmar sus raíces.
También conversamos sobre la simbología de los libros con la vida y de la  complicidad que existe entre el lector y el escritor desde la primera hasta la última palabra de un libro.


Libro es una novela linda e interesante, escrita con mucha originalidad.


 
 
Frases / Passagens do livro:

“Maio. Afinal era maio. O tempo distendia-se por fim. Uma breve teoria: há certos movimentos que apenas são possíveis depois do inicio da primavera. Durante a invernia, o corpo esquece-os, mingua, endurece como as árvores. Em maio o corpo recorda esses movimentos, julga reaprende-los e, ao fazê-lo, redescobre a sua verdadeira natureza. É por isso que se fala de renascer na primavera, é por isso que as pessoas se apaixonam e é por isso que crescem as plantas. Esses movimentos são simples, todas as pessoas os sabem fazer. Ao serem empreendidos, dão lugar a multidões desgovernadas de sequencias que, no fim da sua ação, ascendem o sol.”

“Mayo. Al final era mayo. El tiempo se distendía por fin. Una breve teoría: hay ciertos movimientos que sólo son posibles tras el comienzo de la primavera . Durante el invierno el cuerpo los olvida, mengua, se endurece como los árboles. En mayo, el cuerpo recuerda esos movimientos, decide reaprenderlos y, al hacerlo, redescubre su verdadera naturaleza. Por eso se habla de renacer en primavera, por eso la gente se enamora y por eso crecen las plantas. Esos movimientos son simples, todo el mundo los sabe hacer. Al emprenderlos, dan lugar a multitudes desordenadas de secuencias que, al final de su acción, encienden el sol.”
 
“As saudades turvam o tempo e, à distância, qualquer coisa má, péssima, pode transformar-se em qualquer coisa maravilhosa, uma especialidade. É a mesma coisa, a mesma qualquer coisa, mas as saudades já a confundiram. Ela própria, lá onde estiver, não sabe que tipo de coisa é.”
 
“La nostalgia enturbia el tiempo y, desde la distancia, cualquier cosa mala, pésima, puede transformarse en cualquier cosa maravillosa, algo extraordinario. Es la misma cosa, la misma cosa cualquiera, pero la nostalgia ya la había confundido. Ella misma, allí en donde esté, no sabe qué tipo de cosa es.”
"As malas doíam-lhes da mesma maneira que lhes doíam os pés, as pernas ou a espinha. Arrastavam uma vontade que era cada vez mais difícil de explicar, náufragos de todas as palavras que não diziam , manchas cinzentas a atravessarem campos, a esconderem-se. Entre eles,seguia a Adelaide, pensamentos misturados com mágoa e pó. " 

 
“Las maletas les dolían de la misma manera que les dolían los pies, las piernas o el espinazo. Arrastraban una voluntad que era cada vez mas difícil de explicar, naufragos de todas las palabras que no decían, manchas cenicientas atravesando campos, escondiéndose. Entre ellos iba Adelaide, pensamientos mezclados con pena y polvo."
 






“Existe o que quero dizer e existe a minha voz. Nem sempre o tom da minha voz corresponde ao que quero dizer e, mesmo assim, molda-o tanto como as palavras que escolho. Sou menos dono da minha própria voz do que de estas palavras, indexadas em dicionários que já estavam impressos antes de eu nascer. Quando reparo na minha voz, parece-me sempre demasiado aguda e juvenil, incerta, imprópria para afirmações sérias. A minha voz é como este livro: capa, papel, peso medido em gramas. O que quero dizer também é como este livro: mundo subjetivo existente e inexistente, sugerido pelo significado das palavras.”

“Existe lo que quiero decir y existe mi voz. El tono de mi voz no siempre corresponde a lo que quiero decir y, aun así, lo amolda tanto como las palabras que escojo. Soy menos dueño de mi propia voz que de estas palabras que escojo. Soy menos dueño de mi propia voz que de estas palabras indexadas en diccionarios que ya estaban impresos antes de nacer yo. Cuando me fijo en mi voz, siempre me parece demasiado aguda y juvenil, incierta inadecuada para afirmaciones serias. Mi voz es como este libro: cubierta, papel, peso medido en gramos. Lo que quiero decir también es como este libro: mundo subjetivo existente e inexistente, sugerido por el significado de las palabras.”

“Dar um passo pode ser fruto de uma decisão complexa. Há a possibilidade de seguir para a direita ou para a esquerda, posso continuar em frente ou voltar para trás, desfazer. Cada escolha lançará uma cadeia de resultados. Mal comparado, é como acordar na estação Sèvres-Lecourbe e não ter mapa do metro, nunca ter estado alí, não saber sequer onde se está, não saber sequer o que é o metro. Ter de aprender tudo. Ao fim de algum tempo com sorte, conversando com pedintes cegos, tocadores de concertina, talvez se consiga chegar à conclusão que se quer ir para estação Ourcq, esse é o lugar onde se poderá ser feliz, mas como encontrar o caminho sem mapa, sem conhecer linhas e ligações? É possível arrastrar a vida inteira no metro do Paris e nunca passar por Ourcq. È também possível passar por lá e não reconhecer que é alí que se quer sair.”


“Dar un paso puede ser fruto de una decisión compleja. Cabe la posibilidad de seguir hacia la derecha o hacia la izquierda, puedo seguir adelante o volver hacia atrás, dar media vuelta. Cada elección provocará una cadena de resultados. Salvando las diferencias es como despertarse en la estación Sèvres-Lecourbe y no tener un mapa del metro, no haber estado nunca allí, no saber siquiera en dónde estás, no saber siquiera qué es el metro. Tener que aprenderlo todo. Pasado un poco de tempo, con suerte, conversando con mendigos ciegos, acordeonistas, tal vez consigas llegar a la conclusión de que quieres ir a la estación de Ourcq, ese es el lugar donde podrás ser feliz, pero ¿cómo encontrar el camino sin mapa, sin conocer las líneas y los enlaces? Es posible arrastrar la vida entera por el metro de Paris y nunca pasar por Ourcq. También es posible pasar por allí y no reconocer que es allí en donde quieres apearte.”
 
“Ao fixar o reflexo dos meus olhos no espelho, já me pareceu muitas vezes que está outra pessoa dentro deles. Observa-me, julga-me, mas não tem voz para se exprimir. Será talvez eu com outra idade, criança ou velho: inocente, magoado por me ver a destruir todos os seus sonhos; ou amargo, a culpar-me pela construção lenta dos seus ressentimentos. Seria melhor se tivesse palavras para dizer-me, mas não. Só aquele olhar lhe pertence. É lá que está prisioneiro.”

“Al observar el reflejo de mis ojos em el espejo, muchas veces me ha parecido que hay otra persona dentro de ellos. Me observa, me juzga, pero no tiene voz para expresarse. Tal vez sea yo con otra edad, niño o viejo: inocente, apenado por verme destruyendo todos sus sueños; o amargado, culpándome por la construcción lenta de sus resentimientos. Sería mejor si tuviera palabras para decirme, pero no. Sólo esa mirada le pertenece. Es ahí donde está prisionero.”
 
 
 
 
 
 
JOSÉ LUÍS PEIXOTO
 
 
 
 José Luís Peixoto nasceu em 1974, em Galveias, Portugal. Estudou línguas e literaturas modernas (inglês e alemão) na Universidade Nova de Lisboa. Em 2001, recebeu o Prêmio Literário José Saramago com o romance Nenhum Olhar. Seus livros estão traduzidos em cerca de 20 idiomas e colabora em diversas publicações nacionais e estrangeiras.

Nació en 1974 en Galveias, Portugal.  Estudió lenguas y literatura moderna (inglés y alemán) en la universidad Nova de Lisboa. En 2001, ganó el Premio Literario José Saramago con la novela Nadie nos mira. Sus libros están traducidos a más de 20 idiomas y colabora en diversas publicaciones nacionales y extranjeras.
 
 
José Luís Peixoto passou pelo B_arco no mês de julho passado.
 
 
 
 
Foi muito gostoso ouvi-lo falar sobre a vida. Ele fechou o encontro lendo uma crônica de seu livro Abraço; uma conversa com seu filho, que emocionou ao público.

José Luís Peixoto pasó por el B_arco (San Pablo) el mes de julio pasado.
Fue interesante oirlo hablar sobre la vida. Cerró el encuentro leyendo una crónica de su libro Abrazo; una charla con su hijo que emocionó al público.





A entrada de nosso novo espaço.
La entrada de nuestro nuevo lugar de encuentros.





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Lembrancinha do encontro N°47: 
 
 
Fernado Pessoa  
 
 
Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.

Ricardo Reis, 1-7-1916 

 
Sigue a tu destino,
Riega a tus plantas,
Ama a tus rosas.
El resto es la sombra
De árboles ajenas.

La realidad
Siempre es más o menos
De lo que nosotros queremos.
Sólo nosotros somos siempre
Iguales a nosotros mismos.

Suave es vivir sólo.
Grande y noble es siempre
Vivir símplemente.
Deja el dolor en los altares
Como ex-voto a los dioses.

Ve de lejos la vida.
Nunca la interrogues.
Ella nada puede
Decirte. La respuesta
Está más allá de los dioses.

Pero serénamente
Imita al Olimpo
En tu corazón.
Los dioses son dioses
Porque no se piensan.

Ricardo Reis, 1-7-1916
 



Autopsicografía

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.



E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Fernando Pessoa 27/11/1930
 
 
Autopsicografía

El poeta es un fingidor.
Finge tan completamente
Que hasta finge que es dolor
El dolor que de veras siente.
Y quienes leen lo que escribe,
Sienten, en el dolor leído,
No los dos que el poeta vive
Sino aquél que no han tenido.
 Y así va por su camino,
Distrayendo a la razón,
Ese tren sin real destino
Que se llama corazón.


 


Fernando Pessoa 27/11/1930
Traducción: Santiago Kovadloff
 

Isto
 
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é,
Sentir, sinta quem lê!
 
Fernando PessoaTraducción: Santiago Kovadloff

 
Esto

Dicen que pretendo o miento
En cuanto escribo. No hay tal cosa.
Simplemente
Siento imaginando.
No uso las cuerdas del corazón.
Todo cuanto sueño o pierdo,
Que pronto cae o muere en mí,
Es como una terraza que mira
Hacia otra cosa más allá.
Esa cosa me arrastra.
Y así escribo en medio
De las cosas no junto a mis pies,
Libre de mi propia confusión,
preocupado por cuanto no es.
Sentir? Dejemos al lector sentir!
 
Fernando Pessoa
(Traducción: Rafael Díaz Borbón)



 

6 comentários:

  1. "As malas doíam-lhes da mesma maneira que lhes doíam os pés, as pernas ou a espinha. Arrastavam uma vontade que era cada vez mais difícil de explicar, náufragos de todas as palavras que não diziam , manchas cinzentas a atravessarem campos, a esconderem-se. Entre eles,seguia a Adelaide, pensamentos misturados com mágoa e pó. " Pág.106 ... A gente vira um emigrante com a narrativa de J.L. Peixoto e sofre como um.

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  2. Estou adorando a escrita simples y musical de Peixoto! :)

    “As saudades turvam o tempo e, à distância, qualquer coisa má, péssima, pode transformar-se em qualquer coisa maravilhosa, uma especialidade. É a mesma coisa, a mesma qualquer coisa, mas as saudades já a confundiram. Ela própria, lá onde estiver, não sabe que tipo de coisa é.” Pg 53

    “La nostalgia enturbia el tiempo y, desde la distancia, cualquier cosa mala, pésima, puede transformarse en cualquier cosa maravillosa, algo extraordinario. Es la misma cosa, la misma cosa cualquiera, pero la nostalgia ya la había confundido. Ella misma, allí en donde esté, no sabe qué tipo de cosa es.”

    “Maio. Afinal era maio. O tempo distendia-se por fim. Uma breve teoria: há certos movimentos que apenas são possíveis depois do inicio da primavera. Durante a invernia, o corpo esquece-os, mingua, endurece como as árvores. Em maio o corpo recorda esses movimentos, julga reaprende-los e, ao fazê-lo, redescobre a sua verdadeira natureza. É por isso que se fala de renascer na primavera, é por isso que as pessoas se apaixonam e é por isso que crescem as plantas. Esses movimentos são simples, todas as pessoas os sabem fazer. Ao serem empreendidos, dão lugar a multidões desgovernadas de sequencias que, no fim da sua ação, ascendem o sol.”

    “Mayo. Al final era mayo. El tiempo se distendía por fin. Una breve teoría: hay ciertos movimientos que sólo son posibles tras el comienzo de la primavera . Durante el invierno el cuerpo los olvida, mengua, se endurece como los árboles. En mayo, el cuerpo recuerda esos movimientos, decide reaprenderlos y, al hacerlo, redescubre su verdadera naturaleza. Por eso se habla de renacer en primavera, por eso la gente se enamora y por eso crecen las plantas. Esos movimientos son simples, todo el mundo los sabe hacer. Al emprenderlos, dan lugar a multitudes desordenadas de secuencias que, al final de su acción, encienden el sol.”

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  3. No sé que tan bueno era el libro originalmente seleccionado para este mes, pero LIVRO me encanta!!!!!! que lectura tan fluida y que historia tan bonita....

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  4. tenho eu cá andado com meu Livro em minhas viagens de ônibus. E tenho pensado bastante em vhm. As comparações são inevitáveis...
    Penso aqui nas semelhanças (muitas) e também nas diferenças (muitas) entre as 2 histórias. Que autores! Que personagens! Como esquecer Ilídio, Cosme, Josué, Adelaide, Galopim, o irmão do Galopim... Uma ficção que se faz real, ganha vida, através das palavras. Me restam umas 6 páginas ainda para acabar a leitura. Mas me demoro... não quero largar essa história. E queria muito estar aí para discutir com o grupo. Que delícia será reviver a saga dessa gente que já me é tão próxima.
    E anseio pelos próximos José Luis Peixotos que entrarão em minha biblioteca.

    Mas, claro, se falo em comparação, tenho que confessar. O filho de mil homens ainda é para mim "o" Livro. E fico aqui a cismar... (adorei o modo como o Peixoto usa o cismar no livro)
    Acho que a diferença fundamental é que em o filho de mil homens vhm vai além de inventar uma realidade... ele transforma e embeleza a vida real. É isso... o filho de mil homens é todo beleza em estado poético.

    Ah, como queria estar aí hoje para conversar com o grupo, Gabriela Colombo...

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  5. Andre: Adoramos a comida e o novo espaço (sem geladeiras barulhentas Rsrsrs) Poucas pessoas no encontro... Mas á gente deu muita risada comentando o Livro de Peixoto!! Amanhã te ligo e conversamos! Tira uma foto com seu livro para o blog, querida leitora à distância! Eu gostei do Livro, mas achei algumas partes meio desnecessárias (desconectadas). JL Peixoto escreve muito bem, mas por enquanto também prefiro o VHM e sua Máquina de Fazer espanhóis ou o Filho... A gente deveria ler também dele Nenhum Olhar! Bjs :)

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  6. Oi Gabriela,

    Seguem 3 passagens q achei especiais:

    "As saudades turvam o tempo e, 'a distancia, qualquer coisa ma, pessima, pode transformar-se em qualquer coisa maravilhosa, uma especialidade. Eh a mesma coisa, a mesma qualquer coisa, mas as saudades ja a confundiram. Ela propria, la onde estiver, nao sabe que tipo de coisa eh."

    "Eh por isso que se fala em renascer na primavera, eh por isso que as pessoas se apaixonam e eh por isso que crescem as plantas. Esses movimentos sao simples, todas as pessoas os sabem fazer. Ao serem empreendidos, dao lugar a multidoes desgovernadas de sequencias que, no fim da sua acao, acendem o sol."

    "Um deles abriu a porta. A noite era tao grande. Onde estava a lua? As maos do Josue e do Ilidio tocaram-se e separaram-se. O Ilidio avancou pela rua ate desaparecer, ate ficar so a rua vazia, ate parecer que tambem a rua desapareceu. O Josue fechou a porta e a casa tornou-se definitiva, nenhum lume seria capaz de aquece-la."

    Obs.: nao consigo por acentos pelo celular!
    Abs e ate dia 23!
    Isabela

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