quinta-feira, 12 de julho de 2012

Julho de 2012 - Fiódor Dostoievski

 

45 encontros
 compartilhando literatura,
reflexões, novas amizades e bons momentos!

45 encuentros
compartiendo literatura, reflexiones, nuevas amistades y buenos momentos!


7 de agosto de 2012.


MEMÓRIAS DO SUBSOLO
MEMORIAS DEL SUBSUELO






 
 
 
 
Livro:
 
"Sou um homem doente... Um homem mau. Um homem desagradável. Creio que sofro do fígado. Aliás, não entendo níquel da minha doença e não sei, ao certo, do que estou sofrendo. Não me trato e nunca me tratei, embora respeite a medicina e os médicos. Ademais sou supersticioso ao extremo; em, ao menos o bastante para respeitar a medicina. (Sou suficientemente instruído para não ter nenhuma superstição, mas sou supersticioso.) Se não me cuido, é, simplesmente, por pura maldade."
 
"Soy um hombre enfermo. Soy um hombre malvado. Soy un hombre desagradable. Creo que tengo mal el hígado. Pero no sé nada de mi enfermedad.
Ni siquiera puedo decir con seguridad donde me duele.
No me cuido ni me he cuidado nunca, pese a que respeto a la medicina y a los médicos. Además soy muy supersticioso… tanto como para sentir respeto por la medicina. (Soy un hombre educado. Podría entonces, no ser supersticioso. Pero lo soy). Si no me cuido, es,
simplemente, por pura maldad."

“…o ato de querer constitui a manifestação de toda a vida, isto é de toda a vida humana, com a razão e com todo o caçar-se. E, embora nossa vida, nessa manifestação, resulte muitas vezes em algo ignóbil, é sempre a vida e não apenas a extração de uma raiz quadrada.”

“…el deseo es la verdadera expresión de la vida humana en su totalidad, sin excluir a la razón ni a los escrúpulos; y aunque la vida pueda tener alguna veces, no por eso deja de ser vida, una realidad mudable y no la extracción de una raíz cuadrada.”
“Que é um homem sem desejos, sem vontades nem caprichos, senão um pedal de órgão?”


"Qué es un hombre si lo despojamos de su deseo y su voluntad, sino una tuerca, un simple engranaje?"

“…um romance precisa de herói e, no caso, foram acumulados intencionalmente todos os traços de um anti-herói, e, principalmente, tudo isto dará uma impressão extremadamente desagradável, porque todos nós estávamos desacostumados da vida, todos capengamos, uns mais, outros menos. Desacostumámo-nos mesmo a tal ponto que sentimos por vezes certa repulsa pela `vida viva´, e achamos intolerável que alguém a lembre a nós.”

“Una novela necesita un héroe, y yo, como a propósito, reuno aquí todos los rasgos de un antihéroe. Además todo esto produciría una pésima impresión en los lectores, porque todos hemos perdido la alegría de vivir, porque todos rengueamos, algunos más y otros menos. Hasta tal punto perdimos esa alegría que sentimos cierta repugnancia por la vida real, por la `vida viva´. Pero a nadie le gusta que le recuerden eso.”
                                                                                        

“Estamos muertos desde el momento mismo en que nacemos. Además ya hace mucho tiempo que no nacemos de padres vivos, lo que nos llena de orgullo. Pronto descubriremos el modo de nacer directamente de las ideas.

“Somos natimortos, já que não nascemos de pais vivos, e isto nos agrada cada vez mais. Em breve inventaremos algum modo de nacer de uma ideia.  Mas chega; não quero mais escrever ` do subsolo´...”
 
Fiódor Dostoievski 




FIÓDOR DOSTOIEVSKI

 
 
Lembrancinha do encontro:

“Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.”
Oscar Wilde

 
 



 
 
 
"Elijo a mis amigos no por la piel u otro arquetipo cualquiera, pero sí por sus pupilas; tienen que tener un brillo cuestionador y tonalidad inquietante. No me interesan los buenos de espíritu ni los malos de hábitos, me quedo con aquellos que hacen de mí loco y santo.
De éstos no quiero respuestas, quiero mi revés. Que me traigan dudas y angustias y aguanten lo que hay de peor en mí. Para eso, sólo siendo locos.
Los quiero santos para que no duden de las diferencias y pidan perdón por las injusticias.
Elijo a mis amigos por la cara limpia y por el alma expuesta. No quiero solamente el hombro o la falda, quiero tambien su mayor alegría. Amigos que no ríen juntos no saben sufrir juntos.
Mis amigos son todos así: mitad tontería, mitad seriedad.
No quiero risas previsibles ni llantos piadosos. Quiero amigos serios, de aquellos que hacen de la realidad su fuente de aprendizaje, pero que luchan para que la fantasía no desaparezca.
No quiero amigos adultos ni estudiantes, los quiero mitad infancia y la otra mitad, vejez. Niños para que no olviden el valor del viento en el rostro y viejos para que nunca tengan prisa.
Tengo amigos para saber quien soy.
Pues viéndolos locos y santos, tontos y serios, niños y viejos... nunca me olvidaré que la normalidad es una ilusión imbécil."
Oscar Wilde

 


 


 

 


Parto, amigas e amigos do nosso clube de leitura, porque a vida é movimento, e é "[...} preciso que alguma coisa acabe, é preciso que alguma coisa comece" (Muriel Barbery).
Mas o que a literatura uniu, a distância física não separa. Essas nossas conversas literárias podem - e vão - continuar.
Aguardo notícias...
Abraços amigos, de quem vai, mas volta...

Andréa       07/agosto/2012 
 
 

 

Um comentário:

  1. "Sou um homem doente... Um homem mau. Um homem desagradável. Creio que sofro do fígado. Aliás, não entendo níquel da minha doença e não sei, ao certo, do que estou sofrendo.Não me trato e nunca me tratei, embora respeite a medicina e os médicos. Ademais sou supersticioso ao extremo;bem, ao menos o bastante para respeitar a medicina.( Sou suficientemente instruído para não ter nenhuma superstição, mas sou supersticioso .)" Assim começa nosso próximo e instigante livro "Memórias do Subsolo".Boa leitura a todos !

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