quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Fevereiro de 2010 - Fiódor Dostoiévski


Dostoiévski em fevereiro:
El libro del mes de febrero es:

UM JOGADOR / EL JUGADOR


em português, recomendamos a tradução da Editora 34. 



Encontro de 3 de março!



Várias perguntas surgiram da conversa deliciosa que tivemos no encontro destinado a Dostoiévski, e seu Um jogador.
O autor não nos conta tudo, apenas o suficiente para manter o suspense. Ao mesmo tempo, ele caracteriza profundamente os personagens, ainda que estereotipando-os (o francês, o inglês, o russo) de acordo, imaginamos, com as generalizações da época em que foi escrita a obra (1866).
Os confrontos que ele promove são intrigantes. E só temos a visão do russo Aleksiéi Ivânovitch, já que todos os outros personagens são descritos por ele, narrador.
A avó - la baboulinka - foi a mais querida de todos, considerada a menos estereotipada, a mais verdadeira, a mais lúcida, ainda que tenha se deixado levar pelo vício maior de Roletenburgo, a roleta.
Ficam as dúvidas: Polina realmente amou nosso jogador do título? O francês chegou a ter algo com Polina? E o inglês? Quanto dessa história coincide com a biografia de Dostoiévski? Para ele, será "jogador" quem paga para ver no que vai dar?
Outras obras de Dostoiévski recomendadas por participantes do Clube de Leitura: "Memórias do subsolo" e "Crime e Castigo".

Varias preguntas surgieron en el encuentro de Dostoiévski sobre su novela El jugador. El autor no nos cuenta todo, apenas lo suficiente para mantener el suspenso. Al mismo tiempo, caracteriza profundamente los personajes, hasta estereotipándolos (el francés, el inglés, el alemán, el ruso) de acuerdo con la época en que fue escrita la obra, 1866.
Las situaciones que plantea son intrigantes. Sólo tenemos la visión del narrador: el ruso Aleksiéi Ivânovitch. 
La abuela –la babulinka- fue la preferida del grupo, la consideramos la menos estereotipada, la más verdadera y la más lúcida de los personajes, más allá de que también haya caído en el vicio de Roulettenburg, la ciudad de la ruleta.
Nos preguntamos: ¿Polina realmente amó a nuestro jugador? ¿El francés, llegó a tener algo con Polina? ¿Y el inglés?
¿Cuánto de esta historia coincide con la biografía de Dostoiévski? ¿Será un jugador quien paga para ver lo que va a dar?
Recomendamos leer del mismo autor: Crimen y Castigo y Memorias del subsuelo.
 
Alguns trechos do livro comentados no encontro:
Frases del libro:
“Por mais ridículo que fosse o fato de eu esperar tanto da roleta, tenho a impressão de ser ainda mais ridícula a opinião rotineira, por todos aceita, de que é estúpido e absurdo esperar algo do jogo. E por que há de o jogo ser pior do que qualquer outro meio de adquirir dinheiro, como, por exemplo, o comércio?”
“Por ridícula que parezca mi gran confianza en los beneficios de la ruleta, más ridícula aún es la opinión corriente de que es absurdo y estúpido esperar nada del juego. ¿Y por qué el juego ha de ser peor que cualquier otro medio de procurarse dinero, por ejemplo, el comercio?” (Cap. II)

“[...] e, quanto a lucros e ganhos de jogo, os homens, mesmo fora da roleta, em toda parte não fazem outra coisa senão tirar ou ganhar algo uns dos outros.”
“[...]si de lo que se trata es de pérdidas o ganancias, entonces no es sólo en la ruleta, sino en cualquier transacción, uno pierde y otro gana.” (Cap. II)

“É curioso e ridículo quanto pode expressar, às vezes, o olhar de uma pessoa tímida, morbidamente pudica, atingida pelo amor, precisamente na ocasião em que essa pessoa preferiria sumir debaixo da terra a expressar algo, com a palavra ou com o olhar.”
“Es curioso y ridículo lo que puede expresar a veces la mirada de un hombre vergonzoso y morbosamente púdico, trastornado por el amor, sobre todo cuando ese hombre preferiría que se lo tragara la tierra o no dar a entender nada con la lengua o con los ojos.” (Cap. III)

“Deveria afastar-me nesse momento, mas nasceu então em mim certa sensação estranha, certo desafio ao destino, um desejo de dar a este um piparote, mostrar-lhe a língua.”
“[...] debería haberme retirado, pero seguramente me acometió una sensación extraña, una especie de prurito de retar a la suerte, una especie de antojo de gastarle una broma, de sacarle la lengua. (Cap. IV)

“Coisa estranha, eu ainda não ganhei no jogo, mas estou agindo, sentindo e pensando como um ricaço, e não consigo imaginar-me de outro modo.”
“Sucedía algo extraño: aún no había ganado y ya me comportaba, sentía y pensaba como un rico y no podía imaginarme de otro modo.” (Cap. VII)

“Naquele próprio instante, senti que eu mesmo era um jogador. Tremiam-me as pernas e os braços, o sangue afluiu-me à cabeça.”
“Yo también era jugador. Lo sentí en ese mismo instante. Me temblaban los brazos y las piernas, me martilleaba la cabeza.” (Cap. X)

“Com que orgulhosa autosatisfação esses tagarelas estão prontos a deitar suas sentenças! Se eles soubessem até que ponto eu próprio tenho consciência de toda a indignidade da minha atual condição, certamente a sua língua não se moveria para me dar lições. “
“¡Con qué orgullosa jactancia se disponen esos charlatanes a endosar sus sentencias al prójimo! Si supieran cómo yo mismo comprendo lo abominable de mi situación actual, no se atreverían a darme lecciones.” ( Cap. XVII)

“A partir do momento em que, na véspera, me encostara à mesa de jogo e começara a arrebanhar os maços de notas, o meu amor passara como que para um segundo plano. “
“...desde el momento en que la víspera me acerqué a la mesa de juego y empecé a amontonar fajos de billetes, mi amor pareció desplazarse a un segundo término.” (Cap.XV)

Gaby leu um texto sobre a leitura, escrito por Franz Kafka:

“Em geral eu acho que só temos que ler livros que nos mordam e arranhem. Se o livro que estamos lendo não nos obriga a acordar com uma martelada no crânio, para que nos incomodarmos em lê-lo? Para que nos faça felizes, como você diz? Santo céu, seríamos igualmente felizes sem ter nenhum livro! Os livros que nos fazem felizes poderíamos escrevê-los nós mesmos, se não houvesse outra opção.
   O que precisamos são livros que nos batam como uma desgraça dolorosa, como a morte de alguém a quem amávamos mais do que a nós mesmos. Livros que nos façam sentir exilados nas selvas mais remotas, longe de toda presença humana, algo semelhante ao suicídio. Um livro tem que ser um machado para o mar congelado dentro de nós. Isso é o que penso.” (tradução livre das autoras do blog)
“En general creo que sólo debemos leer libros que nos muerdan y nos arañen. Si el libro que estamos leyendo no nos obliga a despertarnos como un mazazo en el cráneo, ¿para qué molestarnos en leerlo? ¿Para que nos haga felices, como dices tú? Cielo santo, ¡seríamos igualmente felices si no tuviéramos ningún libro! Los libros que nos hacen felices podríamos escribirlos nosotros mismos si no nos quedara otro remedio.
   Lo que necesitamos son libros que nos golpeen como una desgracia dolorosa, como la muerte de alguien a quien queríamos más que a nosotros mismos, libros que nos hagan sentirnos desterrados a las junglas más remotas, lejos de toda presencia humana, algo semejante al suicidio. Un libro debe ser el hacha que quiebre el mar helado dentro de nosotros. Eso es lo que creo.”                                                                       Franz Kafka



  
Fiódor Dostoiévski (Moscou, 1821-1881) é considerado um dos escritores mais importantes da literatura mundial. Dostoiévski explora a psicologia humana no complicado contexto político, social e espiritual da sociedade russa do século XIX.
Em 1866 escreve Um jogador em 26 dias corridos. Este romance, algo autobiográfico, relata a história de um amor desesperado entre perdas e ganhos em mesas de jogos.

Fiódor Dostoiévski (Moscú, 1821-1881) es considerado uno de los escritores más grandes de la literatura mundial. Dostoyevski explora la psicología humana en el complicado contexto político, social y espiritual de la sociedad rusa del siglo XIX.
En 1866, escribe El jugador en 26 días corridos. Esta novela, algo autobiográfica, cuenta la historia de un amor desesperado entra las pérdidas y las ganancias de las mesas de juego.


No encontro de fevereiro, Eliane comentou sobre um texto de Leonardo Boff. Aí vai.

Todo ponto de vista é a vista de um ponto

Ler significa reler e compreender, interpretar.
Cada um lê com os olhos que tem.
E interpreta a partir de onde os pés pisam.

Todo ponto de vista é a vista de um ponto.
Para entender como alguém lê, é necessário saber como são os seus olhos
e qual é a sua visão de mundo.
Isso faz da leitura sempre uma releitura.

A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam.
Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha.
Vale dizer, como alguém vive, com quem vive, com quem convive,
que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta,
como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o anima.
Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.

Leonardo Boff

Todo punto de vista es la vista de un punto.

Leer significa releer y comprender, interpretar.
Cada uno lee con los ojos que tiene.
E interpreta a partir de donde los pies pisan.

Todo punto de vista es la vista de un punto.
Para entender como alguien lee, es necesario saber cómo son sus ojos
y cuál es su visión del mundo.
Eso hace que la lectura sea siempre una relectura.

La cabeza piensa a partir de donde los pies pisan.
Para comprender, es esencial conocer el lugar social de quien mira.
Vale decir, cómo alguien vive, con quien vive, con quien convive,
qué experiencias tiene, en qué trabaja, qué deseos alimenta,
cómo asume los dramas de la vida y de la muerte y qué esperanzas lo anima.
Esto hace de la comprensión siempre una interpretación.
(libre traducción de las autoras del blog)
Leonardo Boff

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A Casa das Rosas, em São Paulo,
está com a programação interessantíssima
em março e abril.
Vários cursos, oficinas, palestras e saraus.
Mais informações, no link
Casa das Rosas - eventos
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Nosso amigo de leituras Sérgio
escreveu mais um livro:
"Meditações com Deus"
e convida a todos para o lançamento,
no dia 13 de março,sábado,das 17hs as 19hs
e o dia 14 de março, domingo, 
na livraria Bookville (AL Rio Negro 1286, loja 6).
Contatos com o autor:
coachdenegocios@uol.com.br
http://www.coachdenegocios.com.br/livros_13.html
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Faleceu em 28/02/2010 José Mindlin,
bibliófilo brasileiro,
da Academia Brasileira de Letras,
que possibilitou a formação da biblioteca
Brasiliana da USP, através da doação de
40 mil livros, parte de sua coleção particular.
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Próximo livro já votado
(encontro em 24 de março):
de J.D. Salinger
EL GUARDIÁN ENTRE EL CENTENO de J.D. Salinger
es el libro votado para el 24 de marzo!
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8 comentários:

  1. Comecei a ler o livro! Estou adorando!! A narrativa é simples e avanço rápido pelos capítulos!
    Quem o terminou de ler?
    Um abraço! Gaby

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  2. Gaby, deixei um selo pra vc no meu blog!
    http://no-presente.blogspot.com/
    Beijos

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  3. Meninas, a partir de março estarei fazendo um curso em SP todas às quartas-feiras e, infelizmente, não poderei comparecer aos encontros. Pretendo continuar lendos os livros indicados e, de certa forma, participar à distância. Amei o trabalho e quero voltar assim q possível a estar presente. Dessa forma, gostaria de contribuir p o encontro sobre Dostoiévski lançando um pequeno estímulo: Como o autor retrata o papel da mulher nessa sociedade?
    Bjs, bom debate!
    Rosangela

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  4. Que pena! Tenho uma reunião em SP.e não posso faltar.
    De qualquer forma estou gostando muito do livro.
    Em sintese penso que o "jogo" no sentido literal e explícito tratado na obra é , de fato, uma metáfora do jogo da vida. E que jogador hábil é este personagem,não?
    beijos
    Eliane

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  5. Rosángela:
    Fizemos ao grupo sua pergunta e todos responderam que as mulheres principais de este livro (a avó, Mademoiselle Blanche e a Polina) são fortes, poderosas e sabem como manipular as pessoas!! Grandes jogadoras!
    Sentimos saudades de você! Obrigada por participar do debate a distancia! =)
    :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

    A pedido de Rosángela le preguntamos al grupo ¿cómo el autor retrata el papel de la mujer en esa sociedad? Las mujeres principales del libro (la abuela, Mademoiselle Blanche y Polina) son fuertes, poderosas y manipuladoras. Grandes jugadoras!

    Gabriela

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  6. Eliane:
    Muito hábil esse jogador, sim!!
    A vida também é um jogo, não acha? E cada quem o joga como melhor pode! =)
    Sentimos saudades de você!!
    Um abraço!
    Gabriela

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  7. Este es el primer libro que leo de Dostoiévski y sin duda me quedé con ganas de leer los otros. Fue una lectura rápida. Me divertí mucho con el personaje de la abuela y con las observaciones que hace sobre los franceses, los ingleses y los rusos. Tuve que leer dos veces el capítulo 15 para entender el comportamiento y los sentimientos de Polina. Me encantó el final del jugador.
    Saludos, Gabriela

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